Batalha épica
Eros, louco e obsceno,
mais uma vez levanta suas tropas para a
batalha. Avalia seus soldados dementes
e sedentos pela falta. Cerca, assedia
e tenta dominar a todo custo
o terreno tantas vezes cobiçado e
ainda mais perdido.
Mas lá vem, despontando
no horizonte, a Vontade soberana,
soberba e garbosa, avaliando o terreno e
dispondo suas tropas. Avalia as
forças inimigas. Avalia também sua tropa e,
num sorriso contido, decide concentrar sua força
nos flancos mais frágeis do adversário.
A batalha já está ganha. Porém, como de outras vezes,
com tristeza percebe que o adversário está mais forte.
Em cada batalha, em cada levante dos loucos,
eles vêm mais forte, mais sedentos
e mais dispostos. Parece que a falta os
alimenta.
Mais uma vez emissários são enviados. A conversa,
como em tantas vezes, rejeitada. Não pode haver diálogo
entre esses dois inimigos imortais.
O resultado, previsto. Eros enjaulado, babando de
vontade, começa a traçar novos planos.
Fábio Malko
Enviado por Fábio Malko em 04/05/2015
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